Geralmente não. A paralisia que afeta TODA a metade da face (testa, olho e boca) é chamada de “Paralisia Facial Periférica” (PFP) pois é resultado de uma lesão que acontece fora do cérebro. No caso de Paralisia Facial causada por AVC, a lesão ocorre dentro do cérebro, e a face não fica completamente paralisada (o olho fecha e a testa se movimenta) além de ocorrerem outros sintomas associados mas, somente um médico pode diagnosticar corretamente que tipo de paralisia facial se trata.
São muitas as causas que podem afetar o funcionamento do nervo facial, mas a mais comum delas é chamada Paralisia de “Bell” (descrita por um médico chamado Charles Bell). Ela é conhecida também como paralisia a “frígore” (frio), paralisia idiopática e “golpe de ar”. Este tipo de PFP acredita-se ser devido a uma resposta do nosso corpo a um vírus (herpes simples). Como reação à este vírus, o nervo facial “incha” dentro do canal ósseo e é pressionado (como quando nós dormimos em cima do braço e ficamos sem sentir a mão e o antebraço).
A segunda causa mais comum de PFP são as infecções do ouvido, podendo causar PFP pelo mesmo motivo que na paralisia de Bell.
A terceira causa mais freqüentes são os traumas, ou seja, batidas, que podem causar edema do nervo (concussão) ou fraturas no osso do ouvido, lesando o nervo no trajeto da fratura.
Outras causas também são possíveis como: metabólicas (diabetes, hipercolesterolemia, tireoidopatias e etc), tumores, doenças auto-imunes, infecções por HIV, doenças hipertensivas entre inúmeras outras ) por isso, o melhor a fazer é procurar um Otorrinolaringologista, para que ele possa diagnosticar a causa PFP e tratá-la adequadamente.
O tempo de melhora para os casos de PFP é muito variável e vai depender de inúmeros fatores como: idade do paciente, causa da PFP, o tipo de lesão do nervo facial, o grau de PFP entre outros fatores. Nós sabemos que quanto mais precoce for o tratamento, maior a chance de regressão da PFP e menor a chance de seqüelas por isso, o Otorrinolaringologista deve ser consultado o mais rápido possível.
A possibilidade existe porém é pequena principalmente se for diagnosticada precocemente e tratada corretamente.
Quando a PFP é de longa data, mais de 2 anos, ocorre também a paralisia e lesão dos músculos da face que são inervados pelo nervo facial impossibilitando a melhora da PFP. Entretanto, existem procedimentos estéticos e cirúrgicos (plásticas) que podem minimizar as seqüelas. Para isso você deve procurar um Otorrinolaringologista que ira avaliar e orientar quanto ao melhor tratamento a ser feito e se necessário, encaminhara a um cirurgião plástico com experiência nesta área.
Sim! A fonoterapia/fisioterapia é importantíssima para que ocorra uma melhora rápida e minimizar as seqüelas, contudo estes procedimentos devem ser realizados por profissionais qualificados. Quanto mais precoce o inicio, melhor o prognóstico mas não nunca faça fonoterapia/fisioterapia tipo “choque” elétrico no rosto e nem procure a fonoaudióloga/fisioterapeuta antes de se consultar com o Otorrinolaringologista.
Quando o nervo facial está paralisado uma atenção especial deve ser tomada com relação aos olhos. Como normalmente o olho está seco e/ou o movimento da pálpebra está diminuído você deve usar um colírio apropriado durante o dia e uma pomada oftálmica a noite para prevenir a formação de úlcera de córnea e cegueira. Procure seu Otorrinolaringologista que ele ira te indicar.
O nervo facial parece um “cabo telefônico” que contém 7000 fibras individuais dentro dele. Cada fibra carrega impulsos elétricos para um músculo específico da face. Nós temos 2 nervos faciais um para cada lado do rosto que funcionam independentemente um do outro. As informações que passam através das fibras deste nervo permite que expressemos nossas emoções através do sorriso, choro, risada, e tristeza, por isso este nervo leva o nome de “nervo da expressão facial”. Quando estas fibras nervosas estiverem parcial ou totalmente interrompidas ocorre uma diminuição ou paralisia total nos músculos da face. Quando estas fibras estiverem irritadas podem aparecer espasmos ou movimentos involuntários na face (popularmente conhecidos como “tiques” nervosos). O nervo facial não só carrega impulsos para os músculos da face, mas também para outros locais como glândulas lacrimais e salivares e ao músculo do estribo (pequeno osso que existe dentro do ouvido) . Ele também transmite o sabor sentido na parte da frente da língua. Uma vez que a função do nervo facial é tão complicada, muitos sintomas podem ocorrer quando as fibras do nervo facial estiverem com problemas. Além da paralisia da face, que prejudica o fechamento do olho e o movimento da boca e o enrugamento da testa a pessoa poderá apresentar secura nos olhos e na boca e alterações no paladar (gosto diferente na boca).
O nervo facial é como um “fio” que sai do cérebro e entra no ouvido juntamente com o nervo da audição e do equilíbrio. Ele atravessa o ouvido passando dentro de um canal ósseo, muito próximo de estruturas como os ossinhos do ouvido, do labirinto e do tímpano. Depois disso ele sai no pescoço e se ramifica na face passando dentro da glândula salivar chamada parótida. Ramos dele inervam a glândula lacrimal e a língua.
O tratamento pode variar entre medicamentoso, cirúrgico ou através de reabilitação (fonoterapia e/ou cirurgia). A conduta do médico Otorrinolaringologista vai depender do tempo, da causa, do grau de acometimento e do tipo de paralisia facial.
O tratamento medicamentoso esta indicado para quase todos os pacientes que procuram o médico até o décimo dia de instalação da paralisia facial periférica.
Já o tratamento cirúrgico está indicado para alguns pacientes selecionados como: pacientes com grau de paralisia avançado que não melhoram ou até mesmo pioram durante as três primeiras semanas, tumores de osso temporal, traumas, paralisia recorrente entre outros.
Quando o tratamento cirúrgico esta indicado, a cirurgia é realizada por duas vias de acesso:
Todas elas têm o objetivo de “tirar” o nervo facial de seu canal ósseo.
Se a paralisia facial periférica foi decorrente da ruptura do nervo facial, o tratamento é realizado através da cirurgia de anastomose (ligadura) do nervo ou enxerto, onde um pedaço do nervo da perna (nervo sural) é usado como “ponte” para ligar os dois pedaços do nervo.
O tratamento fonoterápico esta indicado para TODOS os casos de paralisia facial periférica e seu inicio deve ser o mais breve possível. A fonoterapia deve ser realizada sem a utilização de corrente galvânica (“choque”), já que este pode estimular o crescimento errado do nervo facial.
Já nos casos em que a paralisia facial não melhore ou melhore apenas parcialmente existem outros tipos de cirurgia como: anastomose (ligação) do nervo hipoglosso (nervo da língua) com o nervo facial, colocação de peso de ouro na pálpebra, botox entre outros inúmeros procedimentos de cirurgia plástica.
O mais importante é procurar seu Otorrinolaringologista e iniciar tratamento precocemente. Quanto mais cedo for realizado o tratamento, maior a chance da paralisia facial voltar ao normal.
Diagnóstico
O diagnóstico da paralisia facial periférica é clínico, ou seja, é realizado através do exame físico.
O paciente apresenta paralisia dos músculos do rosto de um ou dos dois lados, podendo variar o quanto são acometidos.
Já para descobrir a causa e quanto o nervo facial foi acometido, é necessário a realização de diversos exames incluindo exames de sangue, exames de audição (audiometria), exames de imagem (Tomografia Computadorizada e/ou Ressonância Magnética), exames elétrofisiológicos (eletroneuromiografia), biópsia entre outros.
Somente um médico pode avaliar o problema para determinar a causa e estabelecer o melhor tratamento a ser seguido, sendo o Otorrinolaringologista, o especialista mais apropriado a ser consultado nestes casos.